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VOTE EM MULHERES NESTE 15 DE NOVEMBRO DE 2020

 Soraia Veloso Cintra   As eleições municipais vão ocorrer domingo, dia 15 de novembro de 2020. E a primeira coisa que quero lhe pedir é vote com segurança. Vá de máscara, leve sua caneta e evite aglomeração. A segunda é VOTE EM MULHERES. No próximo domingo, eu preciso que você vote em duas mulheres: escolha uma candidata a vereadora; escolha uma candidata a prefeita. Eu sei que não é fácil, mas é preciso. É necessário. Não é preciso esperar até 2022 para começar a mudança que tanto queremos. Você pode começar agora nas eleições municipais. Escolha mulheres de luta, escolha mulheres que tragam propostas viáveis; mulheres que saibam o significado de ser vereadora, de ser prefeita de uma cidade. Mas não pode ser qualquer mulher. Precisa ser aquelas alinhas com os princípios da IGUALDADE, do RESPEITO. Precisa ser aquelas que entendem que é por causa das lutas FEMINISTAS do passado que elas podem ser candidatas – podem votar e ser votadas. Se você não tinha pensado nisto antes, peço qu

ANIVERSÁRIO DA TELEVISÃO

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  Quando a chegada da televisão brasileira comemorou 50 anos eu fui uma das homenageadas. Representei várias gerações que cresceram assistindo Os Trapalhões. Eu me orgulho demais desse momento. Ganhei uma surpresa inesquecível da Rede Globo, por meio do Programa Fantástico. Encontrei meu ídolo Renato Aragão, chorei rios de lágrimas e ganhei bolo de verdade com direito a  parabéns . Depois quando o Fantástico foi ao ar, foram cerca de 8 minutos de exibição, uma eternidade para a televisão. Já se passaram 20 anos dessa emoção mas parece que foi ontem que eu fui levada ao Rio de Janeiro. Eu também tenho minhas críticas a Rede Globo, assim como tenho às demais. Mas uma vez minhas alunas perguntaram se eu assistia televisão e eu expliquei que sim, porque precisava ver o que acontecia, inclusive para criticar. Se você não gosta dessa ou daquela emissora, basta trocar de canal, o controle remoto, pra mim, é a maior invenção do século XX. Ninguém é obrigado a nada. Quanto aos Trapalhões, hoje

Colecionadora de boneca? Sim!!!

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  As mulheres enfrentam preconceitos que os homens nem imaginam. Parece que tudo para nós é mais complicado; em todos os aspectos. Crescer na televisão então, sendo assistida por milhares de pessoas, parece ainda pior. Angélica, Sandy e Vanessa Camargo que o digam. A nova geração formada por artistas como Maísa e Larissa Manoela, viveram a mesma experiência com mais ênfase por causa das redes sociais. O sucesso das jovens nos programas de televisão e/ou novelas não vem sozinho. Junto vieram os seguidores e fãs que nem sempre entendem que não são amigos dos ídolos. Frequentemente essas e outras pessoas se acham no direito de se intrometer na vida dos ídolos. Larissa Manoela viveu isso recentemente por causa da sua coleção de bonecas. Nas redes, uma pessoa escreveu o seguinte post após o episódio: “Larissa Manoela aos 19 é taxada de infantil por ter bonecas. Homem de 30 berrando assistindo futebol, é só apaixonado pelo time. Mulher de 30 na balada, não amadureceu. Homem com a mesma i

SEM PERDÃO

Fiquei pensando o que exatamente eu deveria escrever sobre a violência que a menina de 10 anos sofreu em sua curta vida. Muito se escreveu e falou nos últimos dias. Tudo é tão ultrajante que, confesso, me faltam as palavras certas (se é que elas existem). Imaginar que uma criança foi violentada dos 06 aos 10 anos por um membro de sua família é para mim algo estarrecedor. O problema é que neste exato momento, outras crianças podem estar passando pela mesma situação e da mesma forma há uma negligência geral em torno também dessa criança. Falta a atenção e proteção da família; falta a proteção e atenção do Estado.  Então vou tentar elencar o que penso em 10 itens:  1. Há um ou mais canalhas nessa história. E todos são membros da família. Quem viola uma criança, qualquer que seja a idade da mesma, não tem perdão. O julgamento tem que ser duro e exemplar. Não podemos compactuar com qualquer sinal de perdão. Repito: NÃO HÁ PERDÃO. 2. Há um ou mais canalhas nessa história. E todos são membros

Sim, as mulheres mudarão o mundo

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Na semana passada (17/07) publique o texto “As mulheres mudarão o mundo” e falei do combate a violência. Algumas leitoras trouxeram sua opinião sobre a questão as quais agradeço pela importância do assunto. No texto de hoje falo sobre educação, especificamente da educação das mulheres. Acredito que a educação é essencial para proporcionar mudanças a todos – mulheres e homens. Mas a elas a educação pode trazer outras perspectivas. Percebo isso por trabalhar e lecionar para um público majoritariamente feminino. A educação foi essencial na minha vida e é essencial para a vida delas.   Tenho consciência de que é um privilégio que nem tod@s têm, mas temos que insistir e tentar garantir o maior número possível de mulheres na educação – da básica a superior. A luta pela educação das meninas é árdua e diária em pleno ano 20 do novo século. Nunca imaginei que teríamos que brigar por coisas básicas para as mulheres como é o caso da educação. Isso ocorreu nos séculos XIX e XX. É preciso incen

As mulheres mudarão o mundo!

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A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que o número de agressões, assassinatos e abusos contra mulheres e crianças cresceu assustadoramente em muitos países. Esta informação importante salientava a necessidade dos países, de forma geral, adotarem medidas contra a violência de gênero e garantir serviços de assistências às mulheres e crianças, principalmente as do sexo feminino. Aparentemente a permanência em casa por causa da COVID-19 agravou a situação de muitas mulheres. No Brasil, assistimos a algumas cenas cruéis contra mulheres durante o confinamento (mas já havíamos registrados situações absurdas bem antes). Algumas conseguiram pedir ajuda sob as mais diversas formas. Um dos casos mais absurdos veio a pública recentemente: uma mulher foi libertada depois de 8 anos em cativeiro! Mesmo assim, eu acredito que são as mulheres quem mudarão o mundo!!! Quanto mais tentam apagar nosso brilho, mais nos unimos em prol uma das outras. A tarefa eu sei que não é fácil. Mas precisamos oc

Pare de pedir desculpas!!!

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O nascimento de uma criança em quase todas as famílias é motivo de comemoração. Um grupo normalmente torce pela menina, outro pelo menino, e a ali começa a saga da criança. O sexo biológico será definidor das cores, dos presentes, das compras. Conforme vai crescendo a criança vai conhecendo o mundo, sendo apresentada a ele. Um mundo que é muito grande, cheio de regras, de valores, e de coisas que as pessoas acreditam ser o correto. As meninas vão sendo ensinadas de forma diferente dos meninos. São incentivadas desde cedo aos cuidados – brincam de bonecas, casinhas, cozinhas etc... Os meninos são incentivados a andar de bicicleta, a correr pelas ruas, a jogar bola, a falar palavrão. É claro que as exceções. Há famílias que não fazem essa distinção. Mas a maioria vê somente o sexo biológico na frente e não uma criança em formação. Neste aspecto, as meninas vão recebendo uma carga que nem sempre darão conta de carregar. Uma dessas cargas é o pedido de desculpas . As mulheres são ensinad

Me chame de feminista!

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Sou feminista desde que entendi o significado desta expressão: luta pela igualdade, luta pelos direitos das mulheres, luta pelo direito de ser mulher. Continuar sendo feminista nos dias atuais tem sido um exercício diário e importante. São muitas as pautas e há divergências na linha de pensamento. Nós, mulheres, não pensamos todas iguais porque realmente não somos. São pautas diferentes para necessidades diferentes. É só pensarmos um pouco na divisão do trabalho e na relação patrão e empregado. Vamos colocar no feminino: a patroa e a empregada. Não é uma relação igual. Já ouvi patroa culpar empregada por ela não querer ‘subir’ na vida, por não estudar, por não se esforçar. Não ouvi ela falar de facilitadores para esta mulher. Não ouvi ela garantir bolsa de estudo, horário diferenciado etc etc... Só culpa, sem fazer exame de consciência, sem empatia. Quantas de nós, feministas assumidas, já saímos para eventos deixando outras mulheres garantindo que o serviço de casa fosse realizado? Já

Oscar 2020: “Violência, violência, quem quer violência?”

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Soraia Veloso Cintra Na década de 1990, assistíamos na televisão brasileira os episódios da Família Dinossauro. Um dos destaques era o pequeno Baby da Silva Sauro, um dinossauro cor-de-rosa cujo bordão “Não é a mamãe” marcou época. Mas ele falava outro também, principalmente, quando assistia a filmes impróprios para sua idade “Violência, violência, eu quero violência”!!!, soltando uma gostava risada, mérito da dubladora Marisa Leal. Esta frase de Baby veio ao meu pensamento depois de assistir Bacurau e Era uma Vez em... Hollywood . Ambos os filmes, tão diferentes entre si, apresentam uma questão igual: a violência entranhada na sociedade e o que fazemos com ela. São formas diferentes de ver a violência, mas na minha linha de pensamento por ter assistido aos filmes tão próximos eles se aproximam quando o assunto é fazer justiça com as próprias mãos.   Bacurau é um filme nacional de 2019 que assisti sem grandes informações prévias. Sabia pouca coisa sobre ele: contava
Mulheres fortes  Soraia Veloso As mulheres são fortes. Carregam um filho no ventre durante nove meses. Um de cada vez, às vezes variando dois, três, quatro, cinco. Sobrevivem, mesmo perdendo nutrientes; mesmo engordando mais do que deveriam; mesmo sofrendo violências que não deveriam. As mulheres são fortes. E é justamente esta força que assusta quem não é mulher. (para Bárbara O. Rosa / 11/01/2020) (primeiro texto do ano, inspirado na minha querida Bárbara. Fiquei com vontade de escrever um texto curto. Saiu assim).