Mais um Dia Internacional da Mulher


 Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, estou aguardando ansiosa as matérias que deverão ser publicadas pelos jornais e revistas em todo o Brasil. Todo o ano é mesma coisa e, neste 2010, feliz ou infelizmente estou mais crítica e espero que sejam abordadas matérias com mais profundidade e reflexivas. É preciso pensar e agir sobre a violência doméstica que está tomando proporções alarmantes. É inadmissível pensar que (ex)maridos e (ex)namorados estejam à frente de situações como a cabeleireira de Belo Horizonte, que foi assassinada; da mulher em São Paulo, que está com 45% do corpo queimado; da adolescente de 17 anos da região de Franca que teve a cabeça dilacerada na parede; da mulher sequestrada e violentada na região de São José do Rio Preto, entre outros casos que não ganharam a mídia.
Desde a década de 1980, as políticas sociais direcionadas para as mulheres aumentaram muito graças ao trabalho de centenas de órgãos de defesa e das mulheres (e homens) interessadas em garantir seus direitos. Uma das conquistas desta década é a Delegacia de Defesa da Mulher que, espalhada em todo o Brasil, recebe diariamente mulheres em busca de orientação, proteção e denúncia. No século XXI o maior avanço neste quesito é a Lei Maria da Penha. Ainda sim, muitos homens leigos ou mesmo autoridades ainda não compreendem a amplitude da lei e sua necessidade. “Quem ama não mata” foi tema das campanhas da década de 1980, parece que as mulheres vão precisar dela novamente.
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Outro assunto importante em 2010 é a política. As mulheres não podem e não devem ignorar o que está se desenhando em nosso país. Duas são pré-candidatas à Presidência da República, um avanço muito importante. Também é preciso levar em conta o grande número de mulheres candidatas a deputadas federais e estaduais e acredito que precisamos ajudá-las nessa eleição. Na Câmara atual elas representam apenas 10%, acho que a responsabilidade como eleitora é votar nelas, garantindo maior representatividade federal e estadual. Somente assim, algumas situações presenciadas diariamente na política poderão ser modificadas. Voltarei ao assunto.

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A Fundação Seade divulgou na última semana de fevereiro que a taxa de desemprego na região metropolitana de São  Paulo manteve-se praticamente estável (passou de 11,9%, em dezembro, para os atuais 11,8%). Segundo as informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego, tal resultado refletiu a redução da taxa de desemprego aberto (de 8,5% para 8,0%) e o aumento da taxa de desemprego oculto (de 3,4% para 3,8%). Em janeiro, o contingente de desempregados foi estimado em 1.236 mil pessoas, 27 mil a menos do que no mês anterior. Esta redução deveu-se à saída de 139 mil pessoas da força de trabalho da região, número superior ao de postos de trabalho eliminados (112 mil). O nível de ocupação diminuiu 1,2% em janeiro, em comportamento típico para o período. Setorialmente, o nível de ocupação retraiu-se nos Serviços (1,4%, ou eliminação de 69 mil postos de trabalho), no Comércio (3,0%, ou 46 mil) e no agregado Outros Setores (2,1%, ou 23 mil). Pelo quarto mês consecutivo, cresceu a ocupação na Indústria (1,5%, ou 26 mil). Na próxima semana, a Fundação deve divulgar dados específicos sobre o emprego das mulheres com análise das pesquisadoras da Fundação Carlos Chagas.
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Para comemorar o Dia Internacional da Mulher muitas empresas procuraram fazer atividades diversas. Uma fábrica de calçados de Franca fará um café da manhã em um hotel da cidade. A prefeitura de Franca está com uma série de atividades buscando a valorização de suas funcionárias. Acho isso louvável, mas é preciso pensar em atividades que promovam a igualdade todos os dias do ano. Se bem que neste aspecto a prefeitura de Franca marcou um ponto positivo em 2009: o prefeito Sidnei Rocha autorizou a licença maternidade de 180 dias para as servidoras.
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A Revista Claudia realiza no dia 8 de março o evento Fórum CLAUDIA pela mulher brasileira “O que as mulheres querem mais no trabalho, na família, na vida pessoal”. Será realizado no Teatro Shopping Frei Caneca, em São Paulo. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (11) 3846-4024 ou pelo email: rsvp@luciamoreira.com.br
Até a próxima semana. Emails para solveloso2008@hotmail.com

Comentários

Anônimo disse…
Soraia, parabéns por abordar o assunto da Mulher dessa forma, ou seja, apontando os problemas, as iniciativas e as grandes questões que precisam ser discutidas sobre a condição feminina atual. Dessa forma, podemos refletir que o Dia Internacional da Mulher não é uma data comemorativa e sim de debate político.
Abraço
Simone Jorge

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