O desafio que Bárbara Rosa não fez

No final de 2016 a querida Bárbara O. Rosa publicou uma lista dos livros que leu em 2016. Não uma lista qualquer, mas uma lista com 40 livros!!! Não tem como competir, mas inspirada nela estou tentando ler e/ou terminar de ler alguns iniciados. Não é fácil, pois tem que ter disciplina. Mas resolvi me arriscar e consegui em janeiro ler 6 livros. Todos propositadamente de mulheres. O número 1 foi Fantasma de Camarim (Doideiras com Apolônia Pinto) de Sylvia Orthof. Se só em 2014, conheci Carolina de Jesus, somente em 2016 conheci Apolônia Pinto, atriz maranhense que realmente vale a pena conhecer: "Aos 12 anos estreava no palco do Teatro São Luís, como a Ingênua da peça “A Cigana de Paris”. Em seus 83 anos de vida, arrancou aplausos das plateias mais exigentes do país, sendo conhecida como a dama do teatro maranhense. Faleceu em 24 de novembro de 1937, no Retiro dos Artistas no Rio de Janeiro e seus restos mortais estão guardados no piso térreo do teatro Arthur Azevedo". Há um livro sobre ela que pretendo ler num futuro breve. Se chama Apolônia Pinto e Seu Tempo, de José Jansen.

O livro número 2 foi Frida Kahlo por Nádia Fink da Coleção Antiprincesas. É um livro rápido, na verdade direcionado para crianças. Mas importante lê-lo para que mais pessoas conheçam Frida e se interessem por sua obra.

Parque Industrial, de Mara Lobo, na verdade Patrícia Galvão, a Pagu, foi o terceiro livro. Na verdade, já havia lido no ano passado, mas reli para que ele pudesse entrar na lista de 2017. O romance proletário foi publicado em 1933 e minha edição é de 2006. A editora, porém, o publicou com cara de velhinho.

Terminar o quarto livro foi um desafio. Começado em 2016, eu havia parado por causa das inúmeras tarefas. Mas ao recomeçar lEu sou Malala, a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo talibã percebi que não poderia parar. A história é conhecida: conta a vida de Malala e sua família que viviam no Paquistão. A jovem defendia a permanência das crianças na escola, principalmente as meninas, e acabou sendo alvo dos radicais. O livro narra sua história, a história de sua família, a história do seu povo. Apresenta uma linguagem simples e nos coloca frente a frente com uma realidade completamente diferente da nossa. O Paquistão foi o primeiro Estado mulçumano do mundo, criado em 1947, após a independência da Índia. Antes de Malala o nome mais conhecido do país era Benazir Bhutto - primeira mulher a ocupar o posto de primeira-ministra no Estado islâmico (1988), mas em 2007 foi assassinada. O livro foi escrito por Malala e a jornalista Christina Lamb.

O livro 5 foi uma surpresa: A obscena Senhora D, de Hilda Hist. Não tinha lido nada da autora ainda, apenas poemas esparsos e realmente é uma leitura intrigante. O livro foi escrito na década de 1980 e quem quiser saber mais sobre Hilda (falecida em 2004) e sua obra pode acessar o site http://www.hildahilst.com.br/. Hilda Hilst foi poetisa, ficcionista, cronista e dramaturga.

Mas há outro livro lido que ainda não compartilhei com vocês: Mary Poppins e sua criadora - a vida de Pamela Travers, escrito por Valerie Lawson. Trata-se da biografia da autora de Mary Poppins (Disney comprou os direitos do livro na década de 1960) desde a infância até seu falecimento. Foi interessante conhecer esta história e saber um pouco mais desta mulher que sempre foi incentivada a escrever, a contar e partilhar seu conhecimento. Ela resistiu muito a vender os direitos da história e não gostou do filme que tanto amamos. Este livro em particular despertou em mim o desejo de escrever sobre ele até porque também estou lendo Mary Poppins original, a versão da própria Pamela, lindamente editada pela Cosac Naify. Espero compartilhar com vocês em breve.

Um agradecimento especial a Bárbara por ter divulgado sua lista. E você, quais livros já conseguiu ler este ano?  




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mulher e Educação - Pesquisa de Minas Gerais

Ressucitando o blog - Globeleza, Futebol e Política

Marta é a melhor jogadora de futebol do mundo - pela quarta vez