PNAD aponta aumento na renda média das trabalhadoras domésticas em 2009
O percentual de trabalhadoras com carteira assinada também aumentou, no entanto, a informalidade no setor continua a superar até mesmo a do trabalho agrícola
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) investigou 399.387 pessoas em 153.837 domicílios por todo o Brasil, colhendo dados sobre população, educação, migração, rendimentos, trabalho, domicílios e família. Segundo os resultados da pesquisa, em 2009, a população brasileira chegou a 191,8 milhões de pessoas, sendo que as mulheres representavam 51,3% do total da população e os homens, 48,7%.Taxa de fecundidade volta a subir
A PNAD 2009 mostra ainda um pequeno aumento na taxa de fecundidade no país. Esta passou de 1,89 filhos por mulher, em 2008, para 1,94 em 2009. No entanto, tal variação indica uma estabilidade a longo prazo, já que os números mostram uma manutenção na tendência de queda: no ano de 2004, a taxa de fecundidade era de 2,1 filhos por mulher.
A população brasileira apresenta ainda forte tendência de envelhecimento. A participação das pessoas com 25 anos ou mais de idade no total da população passou de 53,7% em 2004 para 58,4% em 2009, enquanto a participação das pessoas na faixa até 24 anos caiu de 46,3% para 41,6%. Já na população de 60 anos ou mais, o aumento foi de 3,3%, o que corresponde a um crescimento de 697 mil pessoas na faixa etária, entre os anos de 2008 e 2009, enquanto a população como um todo cresceu apenas 1%.
Mulheres são maioria entre a população desocupada
A população desocupada cresceu 18,5% em relação a 2008. No ano de 2009, havia 8,4 milhões de pessoas nessa posição, enquanto no ano anterior havia cerca de 7,1 milhões de desocupados no país. Em 2004 esse contingente era de 8,2 milhões de pessoas. As mulheres, apesar de serem maioria entre a população em idade ativa (51,3%), continuam sendo minoria entre a população ocupada (42,6%), estando sobre representadas entre a população desocupada (58,3%). Apenas 46,8% das mulheres estavam ocupadas em 2009, enquanto, entre os homens, o número chegava a 67,8%. Da mesma forma, a elevação da taxa de desocupação foi mais significativa para as mulheres (de 9,6% para 11,1%) do que para os homens (de 5,2% para 6,2%).
Rendimento mensal das mulheres ainda é menor do que o dos homens
Houve ainda, de acordo com os resultados da PNAD, um aumento na renda média da população brasileira, impulsionado pela melhora na qualidade do emprego e no aumento da quantidade de trabalhadores com carteira assinada. Em todo o país, o rendimento médio mensal cresceu 2,3%, considerando todas as fontes de renda, e chegou a R$ 1.088. A média de ganhos com o trabalho aumentou aproximadamente 2,2%, totalizando R$ 1.111. Já o rendimento mensal das mulheres, apesar de ter sofrido aumento com relação ao rendimento masculino, continua sendo significantemente menor do que o rendimento dos homens. Em 2009, o rendimento médio mensal das mulheres (R$ 786) representou 67,1% do obtido por homens (R$ 1.171). Em 2004, este percentual era de apenas 63,6%.
Trabalho doméstico remunerado: mulheres são maioria na informalidade
A renda das/os trabalhadoras/es domésticas/os com carteira assinada aumentou 7,1% de 2008 para 2009. Foi a que mais cresceu entre todas as categorias de trabalhadoras/es no Brasil. O salário médio da categoria aumentou de R$ 547 para R$ 586, sendo ainda inferior à remuneração recebida por outros setores de emprego.
O contingente de trabalhadoras/es domésticas/os cresceu 9% no ano passado em relação a 2008, passando de 6,6 milhões para 7,2 milhões. As mulheres continuam sobre representadas no trabalho doméstico remunerado, sendo 6,7 milhões de trabalhadoras, ante 504 mil do sexo masculino.
O percentual desses empregados que possuem carteira assinada também aumentou, passando de 26,8% para 27,6% do total. No entanto, a informalidade no setor continua a superar até mesmo a do trabalho agrícola, em que a participação dos legalizados diminuiu de 38,6% para 35,1%, evidenciando os efeitos da crise econômica no campo. As mulheres são maioria também entre as/os trabalhadoras/es domésticas/os sem carteira assinada, e a diferença vem aumentando: entre os homens, a participação dos formalizados passou de 41,4% em 2008 para 44,8% em 2009. Entre as mulheres, subiu de 25,8% para 26,3%.
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