Mulheres avançam em todos os setores da sociedade



A história da indústria de calçados de Franca foi construída por homens, para homens. Desde a primeira indústria, a Jaguar, organizada na década de 20, do século XX, até os dias atuais, são os homens quem mais participam deste segmento. Algumas mulheres foram aos poucos aparecendo, mas inicialmente, como clientes preferenciais, já que a tradicional “capital do calçado masculino” se rendeu ao feminino ainda na década de 1980. De lá prá cá, essa história foi sendo reconstruída aos poucos. Hoje, várias indústrias de calçados fabricam os calçados femininos; várias têm mulheres na sua direção. São proprietárias que fundaram elas mesmas suas empresas ou são aquelas que herdaram a vocação francana para a indústria de calçados. Algumas são legítimas representantes da segunda e terceira geração dos empresários francanos. São muitas as histórias que elas poderiam contar. Mas, neste início de semana, estou especialmente alegre por duas mulheres que nem conheço pessoalmente: Priscilla Andrade e Maria José Borges de Paula.
 Nos dias 10 e 11 de junho, haverá eleição no Sindifranca e só uma chapa se inscreveu encabeçada pelo atual presidente, o empresário José Carlos Brigagão. A chapa deverá ser aclamada vencedora e as duas empresárias entrarão para a história empresarial de Franca. Priscilla será a 2ª vice-presidente do Sindifranca e Maria José fará parte da suplência do Conselho Fiscal. Gostaria de parabenizá-las e dizer como estou feliz, pois sem querer ser pretensiosa mas aparentemente uma simples conversa que tive com o gestor de recursos humanos do Sindifranca pode ter ocasionado uma das mudanças mais significativas dos últimos tempos na diretoria do órgão que congrega atualmente um pouco mais de 200 indústrias de calçados em um montante que pode ultrapassar 1.300.
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Fico particularmente feliz pelas duas empresárias, porque meu doutorado trata justamente da gestão feminina na indústria de calçados. Procurei saber junto às empresárias entrevistadas, se a gestão feminina é diferente ou não da masculina. As respostas foram muito interessantes e estarão no meu doutorado que estou escrevendo neste momento.
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Por enquanto, os homens continuam prevalecendo nos órgãos sindicais, assim como na política. Mas é importante que outras empresárias se juntem para recontar essa história. Na ACIF existe o Conselho da Mulher Empreendedora, e, quem sabe no futuro, Sindifranca e ACIF terão mulheres presidindo as duas maiores associações da cidade?
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Neste ponto, os trabalhadores estão mais avançados. Franca tem no Sindicato dos Curtumeiros uma mulher presidente, Carmen Silva Luiz que conta com mais duas mulheres na sua diretoria.
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A própria ACIF tem quatro mulheres, sendo duas na diretoria administrativa e duas no Conselho Deliberativo. Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues, a Luizinha, que dispensa maiores apresentações, é uma das poucas mulheres a chegar a diretoria da FIESP. Ela é membro do Conselho Superior Estratégico. Na palestra que proferiu na ACIF, no mês de março, destacou sua participação nesta diretoria.
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Falta agora, os eleitores e as eleitoras de Franca pensarem nas próximas eleições municipais para quem sabe elegermos a primeira prefeita dessa cidade, e conseguir colocar no legislativo um pouco mais de voz feminina ativa. Doutora Graciela está precisando de companhia.
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Outra mulher que é destaque em Franca é a tenente do Corpo de Bombeiros Sandra Elaine de Andrade, 26. Ela assumiu seu trabalho em maio e é a única mulher no Corpo de Bombeiros em toda região de Ribeirão Preto. Ela concedeu uma entrevista ao Jornal Comércio da Franca que pode ser lida na página www.comerciodafranca.com.br
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Mulheres avançando nos setores historicamente masculinos, construindo uma nova história, mas ainda vítimas de violência. Para colocar um ponto final nesta questão a Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, uma articulação nacional voltada para a defesa dos direitos humanos e saúde integral das mulheres, está impulsionando no Brasil a Campanha Ponto Final Na Violência Contra Mulheres e Meninas. A campanha teve lançamento nacional no dia 28 de maio, e o blog apóia a iniciativa. A campanha tem como meta eliminar a aceitação social de todas as formas de violência contra as mulheres nos diversos níveis sociais, com a intensidade e cobertura necessárias para criar uma mobilização de longo prazo direcionada a erradicação da violência. Trata-se de uma experiência desenvolvida em vários países da Ásia e África que foi adequada ao contexto latino-americano e caribenho. A Campanha Ponto Final... se baseia em fundamentos éticos acordados internacionalmente acerca da responsabilidade com as mulheres em situação de violência, de forma a jamais expor suas vidas em risco, trabalhar em rede e incluir lideranças já existentes nas comunidades. É uma ação complementar a todos os esforços governamentais e não-governamentais cujo foco é o enfrentamento da violência contra as mulheres, bem como o compartilhamento de estratégias com redes, articulações, organizações, pessoas e profissionais de um modo geral. No Brasil, a campanha está sendo coordenada pela Rede de Saúde das Mulheres Latinoamericanas e do Caribe (RSMLAC), com parceria com a agência de financiamento internacional Oxfam-Novib. Integram essa iniciativa a Rede Feminista de Saúde, a Rede de Homens pela Equidade de Gênero, de Recife; a AGENDE (Ações de Gênero, Cidadania e Desenvolvimento), de Brasília/DF; o Coletivo Feminino Plural, de Porto Alegre/RS. Mais informações pelo email da campanha campanhapontofinal@gmail.com
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A violência contra mulheres é um sério problema de direitos humanos e de saúde pública na América Latina e no Caribe. Estima-se que a violência nas relações entre casais atinja de 25 a 69% das mulheres e que de 5 a 46% das meninas tenham sofrido algum tipo de abuso sexual. Durante o namoro e noivado a violência é também generalizada, assim como o femicídio – assassinato de mulheres pelo fato de serem mulheres - o tráfico de mulheres e a violência específica contra mulheres em situações de conflito armado. A região vem registrando avanço no desenvolvimento de políticas e programas na atenção, na prevenção e punição dessa violência, embora com limitações sérias em sua  execução. Em relação à prevenção, em alguns países percebe-se um aumento no nível do conhecimento sobre o tema e a aceitação social.
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E por falar em violência, gostaria de perguntar às autoridades francanas se o assassino da menina de 17 anos que morreu em conseqüência da violência doméstica sofrida já foi preso???
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Lembrete: até o dia 30 de junho de 2010, estão abertas as inscrições para o Prêmio Jovem Cientista 2009/2010. Em 2008, as mulheres foram campeãs em todas as categorias. Vamos torcer pela repetição. As informações complementares podem ser obtidas no site http://www.jovemcientista.cnpq.br/
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As sugestões e críticas ao blog podem ser deixadas no próprio na caixa de comentários ou enviadas para o email solveloso2008@hotmail.com Agradeço todas as manifestações que tenho recebido e continuem participando.

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