As mulheres e o Oscar
Muito se falou na última semana sobre a premiação do Oscar. Foi a primeira vez que a Academia premiou uma mulher com o Oscar de melhor direção e melhor filme. Trata-se de Kathryn Bigelow e seu filme “Guerra ao Terror”. Mas, acredito que pouco se discutiu sobre a mensagem do filme que, talvez, para nós brasileiras não passe a mesma interlocução que receberam os americanos, pois o filme mostra soldados americanos no Iraque. Tal situação é complicada para eles. Muitos pais estão recebendo seus filhos nos Estados Unidos em caixões, pois os mesmos morreram a serviço da pátria. Qualquer filme que retrate o trabalho desses heróis deve sim causar comoção nacional. Mas será que isso fica de fato subentendido? Acredito que não. Tanto que a mídia em geral deu mais ênfase ao fato de que Kathryn Bigelow era ex-mulher de James Cameron, que dirigiu Avatar (filme que fez muito barulho, mas só ficou com prêmios técnicos). Quase uma “Guerra dos Sexos”. Será que isso também era necessário? Kathryn ganhou por merecimento, porque o filme deve ter atendido aos requisitos da Academia. Prefiro pensar assim.
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Nas comemorações do 8 de Março, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), do governo federal, lançou o projeto Memorial da Mulher Brasileira. Trata-se de um espaço museológico e documental que se configura em iniciativa pioneira no Brasil e na América Latina. O espaço será instalado no Rio de Janeiro e abrigará registros da participação das mulheres em episódios da história do país, a partir do resgate, reunião e preservação das diversas trajetórias femininas, seus feitos e fatos, na formação do país. Uma das parceiras do Memorial é a Redeh (Rede de Desenvolvimento Humano) autora do projeto “Mulheres, 500 anos atrás dos panos”, lançado em 1997 que culminou em um site (www.mulher500anos.org.br) e em um livro, o Dicionário Mulheres do Brasil.
A iniciativa é louvável porque temos inúmeras mulheres que precisam ter suas histórias resgatadas para que outras mulheres (e homens, claro) possam conhecê-las. Destaco Nadir Gouveia Kfouri, Helena Iraci Junqueira, Maria Kiehl e Albertina Ramos, além de Aracy Guimarães Rosa. As primeiras são assistentes sociais, sendo que Maria Kiehl e Albertina Ramos foram as primeiras profissionais dessa área a se formarem assistentes sociais, mas na Europa. Depois voltaram ao Brasil e ajudaram outra mulher fantástica, Odila Cintra, a montarem a primeira escola de Serviço Social no Brasil, em 1936. Nadir e Helena foram integrantes da primeira turma, e a primeira ainda foi reitora da PUC/SP por dois mandatos consecutivos enfrentando a invasão dos militares no recinto.
Aracy Guimarães Rosa também tem uma história belíssima que precisa ser mais conhecida entre as jovens: segunda esposa de Guimarães Rosa trabalhou no Consulado do Brasil em Hamburgo, na seção de vistos. Em 1938, quando entrou em vigor a Circular 1.127 por Decreto, que proibia a entrada de Judeus no Brasil, Aracy ignorou o documento e não parou de preparar vistos para judeus perseguidos. Quem conseguia o visto de entrada no Brasil estava praticamente salvo das atrocidades que ainda viriam a acontecer. Não se sabe ao certo, quantas pessoas foram salvas, estima-se mais de 100, e o nome de Aracy consta no Museu do Holocausto, pois ela é considerada uma das heroínas de Israel.
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Você sabia?
De acordo com o art. 5º da Constituição Federal de 1988 c/c art. 373-A da CLT, não é permitido anúncio de emprego no qual haja referência quanto ao sexo, idade, cor, situação familiar ou qualquer outra forma que possa ser interpretada como fator discriminatório, salvo quando a natureza da atividade, pública e notoriamente, assim o exigir. As mulheres precisam ficar de olho nos anúncios de emprego.
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Nesta quinta-feira, 18, em São Paulo, será realizada a palestra “Combate ao tráfico de mulheres e meninas”. O evento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher será realizado na UNICASTELO e a aberto a quem desejar saber mais sobre o assunto. O endereço é Rua Carolina Fonseca, 584, Itaquera, no prédio 2.
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A nova edição da Revista Mátria já está disponível no meu blog. Ela é editada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e está em sua décima edição. Seu conteúdo é muito bem trabalhado e discute a questão feminina sob diversos ângulos. O arquivo está em PDF e pode ser acessado por quem tiver interesse a partir do link http://www.cnte.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=3015&Itemid=52
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Espero que vocês estejam gostando do conteúdo das colunas. Aguardo críticas e sugestões. Email: solveloso2008@hotmail.com
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Nas comemorações do 8 de Março, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), do governo federal, lançou o projeto Memorial da Mulher Brasileira. Trata-se de um espaço museológico e documental que se configura em iniciativa pioneira no Brasil e na América Latina. O espaço será instalado no Rio de Janeiro e abrigará registros da participação das mulheres em episódios da história do país, a partir do resgate, reunião e preservação das diversas trajetórias femininas, seus feitos e fatos, na formação do país. Uma das parceiras do Memorial é a Redeh (Rede de Desenvolvimento Humano) autora do projeto “Mulheres, 500 anos atrás dos panos”, lançado em 1997 que culminou em um site (www.mulher500anos.org.br) e em um livro, o Dicionário Mulheres do Brasil.
A iniciativa é louvável porque temos inúmeras mulheres que precisam ter suas histórias resgatadas para que outras mulheres (e homens, claro) possam conhecê-las. Destaco Nadir Gouveia Kfouri, Helena Iraci Junqueira, Maria Kiehl e Albertina Ramos, além de Aracy Guimarães Rosa. As primeiras são assistentes sociais, sendo que Maria Kiehl e Albertina Ramos foram as primeiras profissionais dessa área a se formarem assistentes sociais, mas na Europa. Depois voltaram ao Brasil e ajudaram outra mulher fantástica, Odila Cintra, a montarem a primeira escola de Serviço Social no Brasil, em 1936. Nadir e Helena foram integrantes da primeira turma, e a primeira ainda foi reitora da PUC/SP por dois mandatos consecutivos enfrentando a invasão dos militares no recinto.
Aracy Guimarães Rosa também tem uma história belíssima que precisa ser mais conhecida entre as jovens: segunda esposa de Guimarães Rosa trabalhou no Consulado do Brasil em Hamburgo, na seção de vistos. Em 1938, quando entrou em vigor a Circular 1.127 por Decreto, que proibia a entrada de Judeus no Brasil, Aracy ignorou o documento e não parou de preparar vistos para judeus perseguidos. Quem conseguia o visto de entrada no Brasil estava praticamente salvo das atrocidades que ainda viriam a acontecer. Não se sabe ao certo, quantas pessoas foram salvas, estima-se mais de 100, e o nome de Aracy consta no Museu do Holocausto, pois ela é considerada uma das heroínas de Israel.
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Você sabia?
De acordo com o art. 5º da Constituição Federal de 1988 c/c art. 373-A da CLT, não é permitido anúncio de emprego no qual haja referência quanto ao sexo, idade, cor, situação familiar ou qualquer outra forma que possa ser interpretada como fator discriminatório, salvo quando a natureza da atividade, pública e notoriamente, assim o exigir. As mulheres precisam ficar de olho nos anúncios de emprego.
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Nesta quinta-feira, 18, em São Paulo, será realizada a palestra “Combate ao tráfico de mulheres e meninas”. O evento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher será realizado na UNICASTELO e a aberto a quem desejar saber mais sobre o assunto. O endereço é Rua Carolina Fonseca, 584, Itaquera, no prédio 2.
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A nova edição da Revista Mátria já está disponível no meu blog. Ela é editada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e está em sua décima edição. Seu conteúdo é muito bem trabalhado e discute a questão feminina sob diversos ângulos. O arquivo está em PDF e pode ser acessado por quem tiver interesse a partir do link http://www.cnte.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=3015&Itemid=52
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